A mamã está a trabalhar como
louca. Não tem dois minutos parada. Trabalha a tempo inteiro e adora o que faz.
Depois vai para casa escrever. Ou pesquisar. Ou ler. Ou corrigir livros
doutrem. Nunca estou quieta, passo, inclusive, alguns dos meus fins-de-semana
com turistas em Lisboa, a calcorrear a calçada portuguesa. No mês que vem vou
fazer o meu primeiro tour de sempre… Estou nervosa, sobretudo porque é
italiano. Mas consigo. Se não conseguir, tentei. Daqui a dois meses, além disso ainda tenho um Mestrado a decorrer e aulas de inglês a preparar...
A mamã olhou para dentro de si
durante dois segundos, só para acariciar esse amor tão tenro que tenho cá
dentro. Quem me dera abraçá-lo… Quem me dera beijar-lhe as pálpebras molhadas,
encostar o peito ao dele, gelado, e buscar calor na curva do seu ombro. Quem me
dera que anoitecesse e eu tivesse a mão dele à distância de um passo e o cantar
dos grilos nos embalasse…
Vou trabalhar.
Sem comentários:
Enviar um comentário