Queridos,
Como o tempo passa a voar, a mãe ainda não preparou nada e está a nove dias de embarcar. O que quero dizer com isto do "não preparou nada"? Ora bem; ainda não desbloqueou o telemóvel. Ainda não tratou de duas questões médicas prementes. Ainda não delegou uma das suas contas (meia dúzia de tostões em cada) à tia Cláudia. Ainda não conseguiu comunicar com o tio Daniel e ainda não se despediu do primo Rodrigo. Ainda não comprou uma mala grande para levar no porão. Ainda não arranjou uma casa segura - mas está quase lá. Ainda não corrigiu as 700 páginas A4 do primeiro romance histórico que vai publicar este ano, em princípio. Ainda não foi ao IMT de Setúbal questionar o porquê de, quase 10 meses depois, ainda estar à espera de receber a carta de condução em casa. A mãe ainda não embalou um par de meias. Ainda não fez uma lista - mas tem algumas coisas em mente. Ainda não aprendeu a dizer "chamo-me Célia" em alemão. Ainda não tem um computador com o skype bem instalado.
Contudo, já sei que livros vou levar comigo. Empenho-me afincadamente nisso. Espero que ao menos um de vocês goste de ler, por favor! O bem mais precioso que terei a passar-vos será a minha pequena colecção de preciosidades livrescas. Que acham desta selecção?
Mas a mãe desconfia seriamente que não vai levar só estes. Espera estar enganada, se não o melhor é logo encher as malas de livros e levar um lençol no fundo que depois pode usar para se enrolar por lá.
Até breve, quem sabe se já escrevendo de Hamburgo!
HH, as they say.
(pesquisa para o meu novo livro, passado em 1832)
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